Festival Nacional de Teatro - Cidade de Vitória

A Cia. Visse e Versa de Ação Cênica, através de convite da Secretaria Municipal de Cultura de Vitória/ES, e financiada pelo Edital/09 de Intercâmbio do Ministério da Cultura, participou do V Festival Nacional de Teatro da Cidade de Vitória. Do dia 12 a 20 de outubro, tivemos acesso a oficinas e espetáculos de diversos grupos renomados do Brasil, que possibilitaram troca de conhecimentos, reflexão, novas perspectivas, experimentação e absorção de formas diferentes do fazer teatral, além da possibilidade de divulgar a produção cultural do Estado do Acre, através da apresentação dos espetáculos "Comédia Del'Acre" e "Piquenique no Front".

Então, aí vão algumas matérias publicadas a respeito da nossa participação neste festival.

Costa Pereira vira "quintal" do último dia das apresentações do teatro de rua

A trupe do Acre usou a cultura popular e textos clássicos para tratar de temas como a violência contra a mulher, a questão da luta pela terra e o folclore regional

"A Companhia Visse e Versa no seu quintal vadeia pra apresentar na rua teatro e brincadeira". O quintal em questão é a Praça Costa Pereira.
O teatro, o espetáculo Comédia Del'Acre, um texto que apresenta quadros baseados em textos famosos do teatro mundial, como Édipo Rei, de Sófocles, e Romeu e Julieta, de Shakespeare, mesclados a canções bastante conhecidas do repertório nacional, além de cantigas de roda.
A peça fechou as apresentações de teatro de rua no V Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória, que termina nesta terça-feira (20). Nesse clima de alegria, a Cia. Visse e Versa de Ação Cênica convidou o público a se aproximar e interagir com os atores.
A trupe usou a cultura popular para tratar de temas como a violência contra a mulher e a questão da luta pela terra no Brasil. O folclore regional também esteve presente na encenação da festa do Boi.
A estudante de psicologia, Jéssica Faria, elogiou a abordagem cênica do complexo de Édipo. "Achei muito interessante a maneira simples como eles apresentaram um assunto tão delicado. Além disso, achei a peça muito linda.
A alegria deles contagia, ressaltou. A aposentada Maria Alves gostaria de assistir a um espetáculo na praça todos os dias. "Está lindo o Festival todo. E ter teatro na Costa Pereira é muito bom. A gente quer sair, se divertir. Tem que ter mais eventos assim. Adorei", enfatizou.
Para o mecânico metalúrgico, Pedro Pereira da Silva, o que mais chamou a atenção no espetáculo foi a parte em que o texto fala da questão da terra. "Eles passaram uma mensagem de conscientização à respeito do desmatamento, da luta dos sem-terra e a necessidade que temos de ter terra. A coreografia foi muito bem trabalhada", encanta-se.

Visse e Versa
É a primeira vez que a Cia Visse e Versa de Ação Cênica vem a Vitória. Na viagem, a trupe aproveita para conhecer outras pessoas, trocar informações com outros grupos e assistir a outros trabalhos. "É algo que acrescenta para nós como atores e atrizes. O espaço das oficinas e as atividades de formação também são bem legais", elogia a atriz Ágatha Lima. De acordo com a atriz, a Comédia Del'Acre é resultado de uma oficina teatral. A peça, a princípio escrita para o palco, foi adaptada para apresentações de rua. "Procuramos colocar a linguagem da rua, mais popular, de roda, com base nos textos dos quadros", explica.

[Texto de José Carlos Mattedi, com a colaboração de Brunella França, extraído do Jornal Diário de Vitória, em 20.10.2009, às 15h43 - Fotos: Sérgio Cardoso]

Festival Cena Aberta de Teatro - Arcoverde/PE

Arcoverde defende sua cena teatral

Cidade do Sertão promove festival com apresentação de 18 espetáculos de rua, com grupos de várias partes do Brasil e um da França

Assim como outras cidades do interior de Pernambuco, Arcoverde se ressente da falta de um teatro. Na verdade, a construção até existe, mas está inacabada há vários anos, pois foi embargada pelo Ministério Público, por desvios de verbas que deveriam ter sido usadas na obra.

O movimento teatral da cidade porém , quer provar que está além das deficiências estruturais.

De hoje até o dia 20 de setembro, Arcoverde será palco do 1º Festival Cena Aberta - Semana Geraldo Barros, organizado pela Associação Cultural Tropa do Balaco Baco, que promoverá apresentações de 18 espetáculos de rua de 15 grupos vindos do Acre, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte, Pernambuco e França, além da realização de oficinas, lançamento de livro e exibição de um documentário inédito sobre Geraldo Barros, diretor de teatro já falecido, conhecido por sua capacidade de agitador cultural e por ter sido o primeiro diretor de cultura do município. Por não possuir um espaço cênico nos moldes convencionais, as peças serão mostradas na rua, em galpões (Estação da Cultura) ou em locais como o presídio Brito Alves.

"Fazer o festival é uma maneira de questionar porque Arcoverde está há vinte anos aguardando a finalização do teatro Geraldo Barros Farias. No Ministério da Cultura, o espaço consta como se estivesse funcionando, mas isso não é verdade", aponta Romualdo Freitas, diretor da Tropa do Balaco Baco, criada há dois anos e meio.

A programação oficial começa hoje, mas ontem a Cia Brasileira de Mystérios e Novidades, do Rio de Janeiro, em turnê nacional com Ciclopes, já realizou ontem uma ação educativa. A peça, por sua vez, poderá ser vista hoje, às 21h30, na Estação da Cultura. Antes, às 18h30, a Cia. Visse & Versa de Ação Cênica, de Rio Branco, no Acre, encena Piquenique no front. Um cortejo do Maracatu Batuque do Sertão e da Liga de Bois de Arcoverde parte do Sesc, às 20h.

[Texto de Tatiana Meira extraído do Jornal Diário de Pernambuco em 10.09.09]